sábado, 14 de agosto de 2010

Quando as mãos sabem olhar

No vértice do instante
por onde o universo gira veloz,
não sei se os pés tocam a terra
ou a cabeça se encontra no solo lavrado,
pelo sal do olhar
que contempla as nuvens que se afogam
no mundo em contra mão…

Cheira-me a suor
e o sangue mancha as maculas brancas
dos jardins coloridos
suspensos nas ilusões
de quem os cultiva!

As portas fecham-se
e os caminhos abrem largos passos
no lugar real
onde a alma vai morar!

O corpo estremece e o mundo rodopia
na velocidade que só o espírito
encontra no lugar,
para lá dos cheiros e sabores
desta terra,
o deserto
coberto por mantos nublados…

Imagens subtis,
límpidas nas mãos que sabem olhar!


Ana Coelho

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