terça-feira, 10 de agosto de 2010

As lágrimas falam no meu rosto

Os calcanhares descobrem
a fronteira do profundo azul,
a lonjura aumenta!

As nuvens encobrem o céu!

O refúgio das palavras
é o complexo êxtase
por onde os gritos se calam…

Flutuo neste universo…
Faço cumprir as obrigações…
O corpo cansado
abraça o intimo antevir…

As emoções não se calam
os olhos cerram fileiras
…os aromas intensificam-se no ar
que falta aos pulmões,
o peito ganha rugas!
As pirâmides dilatam
a ilusão dos dias!

É o fumo
na ponta do cigarro
que me escuta este lamento!

…Desligo a televisão
e medito!
Num olhar que da mentira
faz passar uma verdade
para os outros acreditarem!
Quem os pode calar?
Quem os vai denunciar?
As lágrimas falam no meu rosto
..ninguém
somos todos presas
veneráveis nas mãos de ferro
que espremem o sangue sem lei!

Ana Coelho




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