sexta-feira, 2 de abril de 2010

Solitária palavrinha

Agarro gestos na forma das palavras, transbordo os momentos…somente.
Embalo sílabas derretidas por versos…calo a voz na ponta do lápis diversificado e matizo letras…
Durmo na luz de um arco cego, transparente e desaperto ao vento o pensamento…
Os soluços caem em labaredas de cinzas que rasgam frenéticos trajectos em dissimulação…
Na leveza de toda a bibliografia estendo um manto sem ostentação, longe de murmúrios na surdina dos ocultos, onde os cadernos almejam ser grandiosos volumes…contudo, sou solitária palavrinha enfeitada de letrinhas, humildes e despidas que habitam num sótão inquieto de um estéril prosador que se sustenta numa folha vazia…
Ousa sonhar sem levitar no impossível adorno…

Ana Coelho

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