Estava escuro a sala vazia com as brancas paredes em fios frios que despiam a luz.
De mansinho o espaço estava repleto de silêncio…
Não era noite! Mas o escuro fechava-se em pontos minúsculos, os olhos deambulavam pela vaga extensão e o silêncio crescia…
As curvas adormeciam em rectas oscilantes e as minúsculas partículas ganhavam uma forma muda…
Começava-se a escutar passos!
Numa distância curta…lentos e perdidos!
Prosseguiam, galgavam o sossego em alucinações vibrantes.
Desenhavam ecos em paralelos dispersos…
Estavam mais perto…muito perto!
Ninguém, os recebia…
O vazio estava ausente e o silêncio gritava brados ensurdecedores para abafar a partida…
Era escuro e tudo se inebriava perante a impotência perversa desta grade que se erguia em lascas difusas com a compulsão de uma dor mordida nas ânsias de uma destino lento e espalhado num tempo despido de horas e nu nos segundos eternos de um relógio mais antigo que o tempo…
Ana Coelho
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