Uma partida

A nau das tormentas

vagueia pelo mar

na fúria incontida…

Agitadas linhas

do chão ao alcance dos pés despidos…

Por de trás das costas

os sonhos

a terra firme

que viajou até ao abismo húmido!

O (a)mar revolto,

os gritos das rochas

entoam

confundidos

com o cântico das gaivotas…

O vento acaricia

os cabelos adormecidos

pelas veias o gelo é o momento

vestido de negro…

O impulso do corpo

anseia beijar as águas…

Nelas terminar…

Uma partida…

As velas brancas

bailam na brisa oceânica

em leveza focal !

O fim é certo

tão certo como o rasgar do ventre.

Um grito

um choro

…o adeus fica por dizer!

Ana Coelho