Há noites
madrugadas e manhãs
em que tudo tem o mesmo fulgor!
O universo esvoaça
na lenta memória dos astros.
Ergo os olhos
sinto o odor da terra
na sola suada dos pés…
Os cosmos
mascaram amnésias
e os limites da vontade
escalam em rasgos de certeza!
Uma golfada fresca
perfaz o imo do peito,
absorvo a liberdade
que escorre em lascas alvas
pelos fios ébrios dos cabelos!
Encolho os ombros
arrepio as pestanas
envolvo um novo sorriso
e a paz que dele sorvo…
Ana Coelho
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