sábado, 26 de junho de 2010

Murtalhas da utopia

Invento mais uma vez
A ilusão de poder voar
Mas a gravidade das asas
Não me deixam levitar.

Nas ameias destes delírios
Não se chora nem se ri…
Se por fim
Terminado está o caminho!

Sonhar é agarrar a vida,
Mas a vida obriga-nos a acordar.
O que fazer então?
Se o tempo passa
Os ossos rangem
Mas tudo fica no mesmo lugar!

Todo o manto estrelado
Está de luto!
Já nem as lágrimas o podem salvar.
Nesta luta do vento e do mar
São as areias que vão naufragar…

Assim…
Enrolo as mortalhas da utopia
Num beco profundo,
E por lá vou ficar!
Até que a extinção venha me chamar…

Ana Coelho

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