segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Sem símbolos de outonais ventos

Na sensível perspectiva da emoção
escuto a ausência
nos murros que lentamente
se erguem
na janela das minhas retinas…

Irradiam fragrâncias tuas
lembranças ainda tão próximas de mim.

Afastas-te…

Galgo as escadas de roldão
fluo dentro dos ecos de silêncio
imagem por imagem
vasculho minúsculas partilhas,
os olhos enchem-se de água…

O tecido orgânico
que o ventre concebe
sem anverso nem reverso
é escura a razão
que não encontro…

Uma cidade safara
ergue-se sem que eu descubra
as foices
que quebraram estes laços.

As árvores morrem
no tempo dos homens
sem símbolo de outonais ventos…


Ana Coelho

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