segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Arena

Uma multidão sustem a respiração
o pó envolve o ar da arena
impulsos fortes sacodem o peito,
homens trajados do século passado
afoitam a força animal
cansado da sátira humana.

O que move este preceito?

Estes actos
vestidos de coragem
onde o sangue bárbaro
escorre no dorso
de um ser que deambula perdido
num circo de feras…

Uma glória?
Encostar o corpo nas hastes de um perdido gesto…

Caídos os corpos
com marcas negras da bravura
uma vitória na inglória arena
onde lágrimas podem ficar vincadas
nas almas que enfim esperam…

O que move a tradição
a que ainda tantos se erguem em aplausos
e outros tantos dão
da saúde e da vida aos aplausos?

Onde está a evolução
do discernimento dos homens?


Ana Coelho

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