segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Realidade

Nos gumes de silêncio
exasperam estilhas
nos idolatrados meios
que engolem as horas,
toda a terra chora
nas costas dos olhos
que em altivez caminham
com a fronte erguida
para lá das emoções,
projectam a cupidez
no adorno fugaz
que alimenta o ego
a avareza sem freio…

O vulgo
ah! O vulgo
cala e demora-se,
o livramento de uma condenação
inevitável,
adiada em cada falso rasgo de alento
que os faz calar
obedecer piamente
até ao descarte final.

Bebem do cálice
onde o mel
é comutado por fel
sem dó nem piedade,
pelos que se enfartam
em cada novo esboço
onde as contas de um rosário
nada são
na álgebra dos cartões dourados…


Ana Coelho

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