Diligencio os teus olhos
Na distância em que os não sinto
Percorro o infinito em busca de ti…
Estás longe!
A alma flutua pelo corpo caído
O brilho do olhar está suspenso no ar…
Navego por entre os teus cabelos negros
Envolvo o espírito na tua alma
À deriva!
Canto mais uma vez
O som do amor
Num sussurro nosso
Em silêncio os batimentos do peito
Vociferam
“Estou aqui”
A ponta dos dedos experimenta a tez
Harmoniosa da tua pele
O sal que escorre por entre as pestanas
Banha o rosto em purificação
Nas metamorfoses rugosas de um instante
Que se renova
Num sorriso roubado pelo desejo.
Num murmúrio límpido
Escuto a voz sossegada
“ Eu sei que está sempre aqui”
E na ausência do corpo
As almas eternas tocam-se mais uma vez…
Ana Coelho
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