Vislumbro o firmamento
Vejo as andorinhas no regresso anunciado!
Procuro na vastidão do meu sentir
Os bálsamos da Primavera …
Os olhos inclinam-se em pétalas de flores…
Percorro campos de papoilas…
O vento refresca-me o rosto…
O orvalho beija-me as faces…
Nesta selva em que mergulham os dias
Os predadores audíveis
Vagueiam com sofreguidão pelos esquinas…
O espírito dança sem música
Nas águas cálidas de um rio
Acordado do profundo inverno…
Invento um dia de sol!
E corro…corro…corro…
No vácuo das nuvens
Procuro o meu olhar…
Não o encontro!
O silêncio perde o ritmo
E não o consigo escutar…
O silêncio já não existe…
São vozes em murmúrios roucos…
Gritos surdos e inesquecíveis…
Cruza-se e fumam-se
Sem peia… clamam, clamam!
E eu procuro-me…
Em labirintos nublados caminho…
Procuro-me…
A luz deambula em círculos desordenados…
E eu procuro-me!
Ana Coelho
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