Cobrem-se com mantos de veludo
Rostos de gente vulgar
Adornam no colo o embalo terno,
Desfilam por avenidas
A sorrir simplicidade
Em fragrâncias de amizade
E inocente honestidade…
Para lá dos espelhos
Onde a soberana luz vislumbra
São pedaços de verniz sem brilho
Disfarces usados noutra existência
Arlequins sem destino
Restos de gente, devassas
Mendigas cobiçosas
Que nunca alcançam o fim…
Para lá dos espelhos
Existem rostos
Que não erguem o olhar
Sem a máscara coordenar…
O peso dos olhos é um mundo
Que nunca conseguem penetrar…
Pobres criaturas
Sem imagem e dignidade
Para falarem para lá do causal…
Vestidas de carnaval
Em dias de pascoa…
Ana Coelho
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