sexta-feira, 5 de março de 2010

Borralho de um instante


Anunciada a hora
No borralho de um instante
A aurora acorda
No movimento das gotas
Descaídas nos joelhos
Esquecidos no chão

Os róseos dedos
Marcam um tempo
Nos moldes do vento
Inconsciente aragem
Nos ombros da contusão
Que se esvai num acto de coragem

Fica sepultada
Pois é chegada a hora
Proclamada
Em que a alma se abraça
Numa nova senda
Longe do eterno sono
Da inquietação

Aconchegada na obediência
Do silêncio que a guia
Com beijos latentes
No saliente destino
Uma nova era reitera

Ana Coelho








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