
Foto do site olhares.com do autor mxavier]
Quando os homens se abstiverem
de pintar prodígios em dissipação
encher em tons pastel
os espaços vazios
quando não pesarem mais o coração
em balanças desconectadas das consciências.
Quando os homens se abstiverem
de arquitecturas egocêntricas
esculpidas pelo suor alheio
renunciarem de usar o génio da cultura
em malabarismos ilusórios
promessas em laivos antípodes.
Quando os homens se abstiverem
da efémera ambição em contenda
vislumbrarem corais encantados
enterrados com raízes distorcidas.
Regressariam por certo
à imperturbalidade desta realidade
respirariam utopia acordados
num planalto com muito espaço.
Mas os olhos abertos caíram no fim desta poesia.
Ana Coelho
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