domingo, 11 de outubro de 2009

O curso das águas


[foto de José António Antunes]

Vem senta-te comigo
tranquilamente contemplemos
o curso das águas do rio,
transparentes correm livres
nunca regressam
nelas levam os dias.

No rosto escorrem lágrimas
ao encontro do (a)mar...

Enlaça a tua mão na minha
não canses o olhar,
espera no silêncio as mares
sem desassossego
à beira do rio
que sempre abraça o mar.

Eterniza neste momento
que nada cremos
inocentes decadências
no fim da infância
a sede do desconhecido
cavalga em rápida descoberta.

Inspira o aroma com suavidade
das flores que agora colhemos.

Vem senta-te comigo
sossega
a inesgotável água
não deixará de passar...

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