
[foto de josé António Antunes]
A despedida do sol
lambendo a luz fulva da lua
bitola do dia
tempo suspenso
no firmamento, cor de fogo
resquício novo céu,
horas claras
fulgente e lentas
bailam as plumas
discreta brisa
fluir de aromas, terra seca.
Salpicos de lembranças
espelham o olhar,
segredam os corpos
deslumbramento destes momentos,
dançam pétalas no olhar
como penas de aves tão serenas,
quentura da vida
no rubro sangue a escaldar.
Esvai-se a luz, tomba o tempo
renasce a noite na miragem
roseiral branco,
outros vultos esboçam silêncios,
sem sombra de vento
reino lunar até que de novo
a aurora desperte.
Ana Coelho
Sem comentários:
Enviar um comentário