segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Mitigar do sonho

Um pedaço de nada
aprisiona as duas faces
como lâmina prateada
que se refaz em cada passagem.

No crepúsculo das vagas ondas
os pés incertos
descem falésias
com a convicta certeza
do voo plausível…

Ciosa a silhueta
estranha as vestes
retorcidas da irrupção,
as cinzas sobrevoam
por nevoeiros clarividentes!

Resistimos

Como rocha possante
nas areias balsâmicas do insondável mar
em danças serenas e robustas…

Das cinzas brotam a nova chama
o reacendimento…

Uma gota de água
desliza na testa
encontra o peito a mitigar o sonho
no umbral da porta
que nos conduz a levitar
nas fragrâncias celestes!

Ana Coelho

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