terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Saliva da memória

Dobro a esquina da luz
onde a saliva da memória
se rende ao rosto rubro,
bebe do riacho
no âmago aquecido
pelo ventre audaz
de um sonho sem nome

Presença robusta
apreendida pelo silêncio
em falanges de filigranas,
transversais linhas
na íris agasalhada
pela omnipresença
do chão lúcido
por onde os joelhos se dobram
os ventos sopram
e as folhas do Outono redondo
adormecem nos braços do orbe…

Ana Coelho

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