segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Não te deixarei uma carta

A carta que nunca te escrevi
está cinzelada em meras palavras,
na poesia sem métrica
nas metáforas vestidas de nada,
no livro que ainda não escrevi…

As lágrimas estão lapidadas
nas letras manchadas amarelecidas
soletradas nas sílabas que em ti aprendi!

Mas tudo não passa de palavras
…palavras que não se escrevem,
palavras que não se dizem!

Assim quando partir
não te deixarei uma carta selada,
ficará no teu sentir
as palavras que por ti vivi,
os gestos para lá do papel rasurado
com o meu sentir calado.

Procura um bilhete
no lado direito do peito
é lá que saberás que sempre te correspondi!


Ana Coelho

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