sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Luar em pausas

Este é um tempo de provação
na ausência das línguas
o repouso
da chuva na terra de nuvens.

Os gestos grávidos
escutam os silêncios
nos ecos do bosque,
visão nocturna
do luar em pausas
vestido de sombreado.

A rouquidão da tez
engasga o lineamento lúcido
deste aroma de chamas
que crepitam no capim da alma.

As notas do piano
segredam cadências
e os timbres em clave de fá
são o pronuncio do idioma
de Pentecostes!

O tempo não pode ser trocado
nem os términos
deixados ao acaso do mundo
onde os pertences
são o ouro dos olhos sinuosos
abortados na inquieta espera…

Ana Coelho

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