segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Extinção da minha palavra

Que mais poderei eu dizer
com as poucas palavras
que me restam no abecedário.

Onde poderei eu
subscrever os rascunhos
amarrotados
na penumbra do meu cálido olhar?

Escreverei em lúcidas
comedidas
na primeira voz do dia
pendurada no relógio parado
na parede
das insanas entranhas…

Num rasgo de lucidez
as mãos pendem
na esfera da caneta,
é o fim do vocábulo
o laço termino
um desfecho aconchegado
na minha linguagem
com os poros da tez em soluços
em mim extinguiram-se as palavras…


Ana Coelho

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