
[foto de josé António Antunes]
São sempre as mesmas águas
Deslizam suaves no leito do rio
Beijam as margens de mãos dadas
Salpicam os rostos em euforia
São sempre as mesmas águas
Enrolam-se em marés violentas
Esbofeteiam as rochas partem mastros
Matam mexilhões esmurram lapas
São sempre as mesmas águas
Destiladas em nuvens negras
Em algodão de sombras
Envoltas do arco da aliança
Em laços e (a)braços
De seda e ferro…
São sempre as mesmas águas
Que molham o encharcado
No olhar das praias em tardes de verão
Nos pávidos areais embriagados.
Ana Coelho
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